Cerveja à James

Olhando o título do post, perguntar-se-ia alguém : mas está certo colocar acento grave antes de nome de macho? Não estaria errado?!

Explico: o acento grave não é possível antes de nome de homem; contudo quando se deseja referir à forma ou modo peculiar de alguém para fazer determinada atividade é perfeitamente correto o uso do acento.
Exemplo: Discurso à LULA. Seria todo e qualquer discurso que é cheio de improvisação, malabarismos lingüísticos e macaquices.


Fiz todo este proêmio para dizer que finalmente produzi minha primeira leva de cerveja caseira a * JUSTAS *
A quantidade foi limitada e todo processo foi extremamente difícil dado o fato dos equipamentos ainda estarem longe do ideal. Tudo foi feito realmente em casa. O fato de ser químico deve ter ajudado um pouco!

Usei malte de cevada trazido da cidade de Guarapuava/PR e as dificuldades começaram na quebra dos grãos. E como eu estava pensando em fazer uma cerveja realmente encorpada, a quantidade adicionada foi bem maior que o necessário(como diz o vulgo: não houve miséria na qte.). Durou muito mais tempo que eu imaginara.
Foram dois tipos de malte - o tradicional pilsen e o mais escurecido caraamber.
A etapa da brassagem foi também um pouco sofrida, haja vista a dificuldade de manter por mais de uma hora e meia a temperatura de 64ºC. Mas ao final consegui esta faixa de temperatura e elevei para 74ºC para desativar enzimas. Após realizar o "lautering" e "sparging" tive de deixar o mosto repousando por um tempão; acabei dormindo e só acordei às 04:17 da manhã quando retomei tudo para fazer a fervura e adicão dos dois lúpulos ( amargo a 30 minutos do início e o aromático a 10 min do fim).
Daí veio a fermentação que ocorreu a temperatura de 19ºC numa caixa térmica dentro do meu quarto mesmo e tive de mudar água gelada dentro de certos intervalos.


Hoje pela manhã degustei a primeira porção de cerveja ainda "verde" e o resultado valeu cada segundo de sofrimento acima-mencionado. A cerveja estava como eu queria: encorpada,com uma cor entre o alaranjado e marrom, dulçor bastante pronunciado- dado a quantidade de malte usado- porém sem ser enjoativo; e o que mais me animou foi o sempre-permanente amargor como pano de fundo desde o início até a última gota, pois eu adicionei também mais lúpulo que o esperado na média. O álcool estava como devia numa ALE -forte, consistente e aquecedor.
Para a minha surpresa, o teor alcóolico estava acima do que eu previra.

Pelos dados da densidade do mosto e da cerveja propriamente dita encontrei os seguintes valores:
OG = 1,066
FG = 1,010

TEOR ALCÓOLICO = (OG - FG)* 131
(1,066-1,010)*131
TEOR APROXIMADAMENTE 7,33 %